Alunos denunciam violência física e psicológica em escola cívico-militar do DF
Abusos foram relatados durante conversas de alunos do Centro Educacional 01 do Itapoã. Ministério Público do DF e Secretaria de Segurança Pública foram aci...

Abusos foram relatados durante conversas de alunos do Centro Educacional 01 do Itapoã. Ministério Público do DF e Secretaria de Segurança Pública foram acionados. Centro Educacional 1 do Itapoã, uma das escolas que tem gestão compartilhada com a PMDF TV Globo/Reprodução Alunos denunciam que estão sofrendo violência física e psicológica na escola cívico-militar Centro Educacional 01 do Itapoã, no Distrito Federal. Os abusos foram relatados durante conversas em um aplicativo de mensagens (veja detalhes abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. "Fui obrigada a tirar meu piercing mesmo dizendo que não podia porque não estava cicatrizado. O policial me segurou pelo braço e me obrigou a tirar", falou uma estudante em uma mensagem. O deputado distrital Gabriel Magno (PT) acionou o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) sobre o caso. De acordo com o parlamentar, foram recebidas mais de 30 mensagens que relatam os abusos. Em nota, a Secretaria de Educação diz que está em contato com a escola e que realizará uma reunião para esclarecer os fatos. A SSP-DF informa que "não foi oficiada sobre as denúncias mencionadas" (veja íntegras no final da reportagem). Em junho do ano passado, a escola também foi alvo de denúncias quando um adolescente disse ter sido agredido por um policial depois de chegar atrasado para a aula. Relatos de estudantes Estudantes reclamam da gestão de escola cívico-militar do DF. Deputados distritais visitaram a escola para apurar as denúncias. Na ocasião, alunos reclamaram da gestão da escola (veja vídeo acima). Os estudantes também apontam omissão em casos de bullying e ofensas. "Minha colega saiu da sala com autorização da professora e quando ela voltou estava quase chorando. O policial tinha a chamada de vagabunda, porque estava fora da sala. Não quis acreditar que ela tinha autorização", relatou uma estudante. "Um policial brigou comigo porque eu não conseguia ficar 100% reta. Eu tinha acabado de tirar a tala do meu joelho que rompi o tendão e não podia forçar, estava sentindo muita dor. Tentei falar, mas ele mandou prestar atenção nos comandos da marcha. Até chorei de dor", disse outra estudante. O que diz a Secretaria de Educação "A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), por meio da Coordenação Regional do Paranoá, informa que está em contato com o Centro Educacional 01 do Itapoã e realizará uma reunião para esclarecimento dos fatos. A Pasta destaca que quaisquer condutas irregulares por parte de servidores são rigorosamente apuradas pela Corregedoria, reafirmando seu compromisso com a garantia de um ambiente escolar seguro, acolhedor e respeitoso para todos os estudantes. A SEEDF ressalta a importância da participação conjunta da comunidade escolar no desenvolvimento de uma cultura de paz, escuta e prevenção no cotidiano das unidades de ensino." O que diz a Secretaria de Segurança Pública "A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informa que, até o momento, não foi oficiada sobre as denúncias mencionadas. Cabe esclarecer que o projeto Escolas de Gestão Compartilhada é uma parceria entre a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a SEEDF, onde os profissionais da educação ficam responsáveis – exclusivamente – pelo trabalho pedagógico e os profissionais da segurança ficam responsáveis pela parte disciplinar, por meio de estratégias voltadas ao policiamento comunitário, ao enfrentamento da violência no ambiente escolar, exercício da cidadania e promoção da cultura de paz. A solicitação do modelo é feita pela própria escola interessada. O projeto é adotado mediante avaliação de critérios de vulnerabilidade, como violência, evasão escolar e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. Outro critério de avaliação diz respeito ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica que aponta as escolas mais vulneráveis e que necessitam de ações mais pontuais do Estado. O modelo só é consolidado com a aprovação da maioria de pais, alunos e professores. A SSP-DF reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente escolar seguro e saudável. Nesse sentido, criou o eixo 'Escola Mais Segura', dentro do programa Segurança Integral, que objetiva a realização de ações de prevenção no ambiente escolar, garantindo um espaço saudável para o desenvolvimento pleno de crianças e jovens. Atuação da Polícia Militar A Polícia Militar do Distrito Federal, por meio do Batalhão de Policiamento Escolar (BPEsc), realiza policiamento ostensivo preventivo nas escolas públicas e privadas, com foco na atuação comunitária e repressiva, sempre que necessário. O trabalho é orientado por critérios técnicos e análises criminais, e inclui patrulhamentos, operações de varredura, blitzes escolares, bloqueios, visitas técnicas e ações educativas. O BPEsc também promove visitas regulares às escolas com o objetivo de orientar gestores, professores, pais e estudantes sobre práticas preventivas e conscientização em segurança. Programas educativos e sociais A SSP/DF destaca a realização de programas sociais, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD) pela Polícia Militar (PMDF), que atua diretamente nas escolas com atividades preventivas contra o uso de drogas, violência, bullying e cyberbullying. O trabalho é realizado de forma integrada entre escola, família e comunidade. A Polícia Civil (PCDF) também conta com encontros que capacitam os servidores para identificar, prevenir e combater práticas violentas, além de orientar os jovens sobre como lidar com situações de risco. Os programas, cartilhas e orientações estão disponíveis nos canais oficiais das forças de segurança pública do DF." 🎥 VÍDEO: relembre denúncia de estudante da escola cívico-militar Adolescente diz que foi agredido por policial em escola de gestão compartilhada LEIA TAMBÉM: JULGAMENTO: veja provas que júri popular deve analisar sobre ex-médico acusado de queimar mãe viva VIOLÊNCIA: mulher fica em estado grave após ser esfaqueada pelo ex-companheiro Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.