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Ex-médico acusado de queimar mãe viva em incêndio no DF: veja provas que júri popular deve analisar

Morte foi em Águas Claras; mulher tinha 94 anos. Segundo inquérito, crime foi praticado por motivação torpe. Ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo, acusado d...

Ex-médico acusado de queimar mãe viva em incêndio no DF: veja provas que júri popular deve analisar
Ex-médico acusado de queimar mãe viva em incêndio no DF: veja provas que júri popular deve analisar (Foto: Reprodução)

Morte foi em Águas Claras; mulher tinha 94 anos. Segundo inquérito, crime foi praticado por motivação torpe. Ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo, acusado de queimar a mãe viva dentro de um apartamento em Águas Claras, no DF. reprodução A Justiça do Distrito Federal decidiu levar a júri popular Lauro Estevão Vaz Curvo. O médico, que teve a licença cassada em 2021 por abuso sexual de pacientes (saiba mais abaixo), é acusado de queimar a mãe viva dentro de um apartamento em Águas Claras, um ano atrás. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. A decisão do TJDFT aponta que há indícios suficientes de que a morte de Zely Alves Curvo foi criminosa, praticada contra pessoa idosa e vulnerável, e com motivação torpe — a perda da curatela e do acesso aos proventos da mãe. A mulher tinha 94 anos. O julgamento ainda não tem data marcada, mas o júri deve avaliar uma série provas apresentadas durante a fase de instrução do processo — momento em que o juiz reúne os elementos para decidir se o réu é levado a julgamento (saiba mais abaixo). O g1 não conseguiu contato com a defesa do ex-médico. Lauro Curvo está preso desde junho de 2024, e o juiz Andre Silva Ribeiro manteve a prisão preventiva do réu. Como justificativa, o magistrado aponta a gravidade do crime, risco de fuga e necessidade de garantir a ordem pública. Provas que devem ser analisadas pelo júri Incêndio atinge apartamento em Águas Claras, no DF. Reprodução Durante a fase de instrução do processo —momento que o juiz reúne as provas para decidir se o réu será levado à julgamento— testemunhas contaram detalhes que sustentam a acusação: Militares do Corpo de Bombeiros afirmaram que o apartamento estava completamente tomado por fumaça e chamas; A perita do Corpo de Bombeiros concluiu que o incêndio teve dois focos na suíte [onde ficava a idosa] — próximos à maca e ao armário — e descartou causas elétricas ou naturais, indicando como única hipótese uma ação humana; Um bombeiro contou, em depoimento, que Lauro chegou ao local "muito exaltado" e que foi até o quarto onde estava o corpo da mãe, tendo "ficado um pouco e depois saído"; Segundo o exame de necropsia, a idosa morreu por asfixia causada por inalação de fumaça quente em pulmões; A investigação da Polícia Civil do Distrito Federal ouviu funcionários do prédio que contaram que o vidro do apartamento estourou cerca de uma hora após Lauro sair do local, pela manhã; De acordo com a polícia, depois do incêndio Lauro voltou ao apartamento para pegar alimentos e roupas, mesmo com o local isolado para perícia; No carro veículo dele foi encontrado thinner — solvente líquido altamente inflamável; No celular do ex-médico havia uma pesquisa sobre mortes trágicas de artistas no YouTube; Lauro ligou para a ex-companheira e para um advogado, afirmando que o incêndio começou por causa de um ventilador; A delegada Elizabeth Cristina Frade afirmou que Lauro deixou a mãe, totalmente dependente, sozinha por quatro horas, e alegou falsamente que havia saído para buscar uma cuidadora, quando na verdade foi à academia; A investigação apontou como motivação para o crime o fato de Lauro ter perdido a curatela e o acesso ao dinheiro da mãe para o irmão, após decisão judicial. Família confirma má relação e suspeita sobre motivação O irmão do acusado disse que Lauro não tinha boa relação com a mãe e que, certa vez, a abandonou no hospital. O caso foi noticiado pelo g1em 2023; Ele também relatou que, após perder o acesso aos proventos da mãe, Lauro tentou reverter a decisão na Justiça; Uma testemunha sigilosa informou que não havia cuidadora para a idosa e que Lauro tinha gastos incompatíveis com sua renda, levantando a suspeita de que ele usava o dinheiro da mãe; A ex-companheira de Lauro confirmou que mesmo com o apartamento interditado, ambos retornaram várias vezes ao local para retirar pertences. O que Lauro Estevão Vaz Curvo disse em depoimento Inquérito da Polícia Civil conclui que incêndio que matou idosa em Águas Claras foi criminoso No interrogatório, Lauro Estevão Vaz Curvo afirmou que tinha uma boa relação com a mãe e que cuidava dela desde 2021, após ela sofrer um AVC que a deixou acamada. Ele admitiu ter saído de casa, deixando a mãe sozinha, com ventilador, TV e colchão pneumático ligados, para levar a ex-companheira ao trabalho e ir à academia. Lauro negou ter alterado a cena do crime e alegou que, quando retornou, não havia isolamento policial no imóvel. Ex-médico foi acusado de abuso sexual e teve registro cassado em 2021 Segundo a Polícia Civil, além do abandono da mãe, Lauro Estevão Vaz Curvo, teve o registro profissional médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) em 2021. O ginecologista havia sido condenado em 2013 por abusar sexualmente de duas pacientes durante consultas. De acordo com o processo, os crimes ocorreram em 2009 e 2010, no Centro de Saúde 1, em São Sebastião, no DF. As vítimas contaram que Lauro as tocou de forma indevida durante exames. À época, uma delas tinha 17 anos e estava grávida. LEIA TAMBÉM: VÍDEO: onça-pintada criada como animal de estimação é treinada para voltar à natureza ÓRFÃOS DO FEMINICÍDIO: assassinatos deixaram 39 crianças e jovens sem mãe no DF em 2025 Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

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